NOTAS SOBRE O PENSAMENTO
Aflições de toda sorte permeiam os corações dos homens, que
por consequência exteriorizam estas energias deletérias no leito da sociedade,
causando as mais variadas dores coletivas, retirando as forças e as esperanças
de todos nós.
Diante
deste contexto, poderíamos refletir melhor sobre as propostas contidas nas
palavras escritas no Capítulo XXVII – Pedi e Obtereis, do Evangelho Segundo o
Espiritismo, especificamente no item 15, que nos diz:
“[...] Está
no pensamento o poder da prece, que por nada depende nem das palavras, nem do
lugar, nem do momento em que seja feita. [...]”.
E continua, ao
dizer-nos: “[...] prece em comum tem
ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo
pensamento e colimam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos
clamassem juntos e em uníssono. [...]”.
Estas palavras nos convidam a sinceridade de pensamentos, pois,
como podemos clamar a misericórdia Divina, muitas vezes aos gritos, se no silêncio
de nossos corações e nas práticas individuais do cotidiano, construímos uma
imagem contrária ao nosso anseio, mas que possui características idênticas às
causas de nossas aflições? Como alimentar os nossos pensamentos com boas
energias, se apenas transferimos aos outros a culpa de nossos atos? Neste
momento precisamos recordar, com clareza e honestidade, que o nosso pensamento
é o construtor de nossa realidade e que impulsionado por nossa vontade, tudo
materializa em nossas vidas.
Portanto,
se estamos ligados por nossos pensamentos. Se esta força é construtora. Se o
seu exercício coletivo a torna mais forte; então, podemos concluir que o mundo
em que vivemos é o resultado da atmosfera que construímos como sociedade. Os obstáculos
percebidos representam a condensação dos pensamentos comuns que a maioria dos
homens cultua em sua intimidade, regados pelo egoísmo e pelo orgulho que ainda
nos é motivador.
Emmanuel
nos traz pelas mãos de Chico Xavier, no livro Caminho, Verdade e Vida, no
Capítulo 156 – intitulado Intuição, a afirmação de que “Todos os homens participam dos poderes da intuição, no
divino tabernáculo da consciência, e todos podem desenvolver suas
possibilidades nesse sentido, no domínio da elevação espiritual.”
O texto nos inspira a busca interior, aquela que deverá apontar as causas
primeiras de nossas dores morais, dores estas que irão construir
silenciosamente variadas doenças ao corpo físico.
Joanna
de Ângelis, colaborando diretamente com a afirmação de Emmanuel, nos dirá no
artigo intitulado Doenças
Psicossomáticas, que fora publicado com a ajuda do médium Divaldo
Franco, que: “O ser humano é um conjunto
harmônico de energias, constituído de Espírito e matéria, mente e perispírito,
emoção e corpo físico, que interagem em fluxo contínuo uns sobre os outros.
Qualquer ocorrência em um deles reflete no seu correspondente, gerando, quando
for uma ação perturbadora, distúrbios, que se transformam em doenças, e que,
para serem retificadas, exigem renovação e reequilíbrio do fulcro onde se
originaram. Desse modo, são muitos os efeitos perniciosos no corpo, causados
pelos pensamentos em desalinho, pelas emoções desgovernadas, pela mente
pessimista e inquieta na aparelhagem celular”.
Neste
mesmo artigo, a veneranda amiga nos chama a atenção para os efeitos físicos causados
por fortes emoções, tais como: a cólera, o medo, a agressividade e o ciúme.
Estas emoções provocam a imersão da adrenalina que bombardeia todo o nosso corpo,
gerando inúmeras reações orgânicas em busca do equilíbrio, das quais, cita a
autora espiritual, o aumento da glicose e a contração muscular, que por sua vez
acelera os batimentos cardíacos. Lembra-nos, Joanna de Ângelis, que a repetição
deste efeito causara no seu portador doenças como: a diabetes, a artrite e a
hipertensão.
Fala-nos
a espiritualidade que os nossos pensamentos mais frequentes nos ligam por
afinidades, por vibrações similares e que estes nos conduzem ao entorpecimento
e viciação nas práticas contrárias a nossa edificação espiritual. Para
contribuir com esta afirmação, transcreveremos um trecho da comunicação dada
pelo espírito Pedro à médium Maria José Gontijo, trabalhadora
Instituto Espírita de Ensino e Pesquisa da cidade de Divinópolis/MG, que diz:
“Um violão perfeitamente afinado, troca energia com outro que também
esteja perfeitamente afinado. Se você tocar o violão aqui, as cordas do outro
violão, em ressonância, vibrarão também por meio deste fenômeno, mesmo que
ninguém o toque.”
“Quanto às
vibrações espirituais, dos pensamentos e sentimentos, acontece também de forma
similar. É o fenômeno da sintonia. Sintonizamos com vibrações similares àquelas
que emitimos.”
Portanto, queridos irmãos, somos todos
convidados a burilar os nossos pensamentos, selecionando melhor as nossas
vibrações e ajustando a nossa sintonia com aqueles que trabalham
incessantemente para o crescimento e evolução espiritual do orbe. Sejamos
todos, construtores dos bons hábitos, que nos facilitam os atos e que, ao passo
que nos distanciam do passado de equívocos, nos aproximam da vida abundante que
o Pai Celestial nos destinou.
Boa caminhada.