sexta-feira, 27 de julho de 2018

Artigo - Notas sobre o pensamento



NOTAS SOBRE O PENSAMENTO

 
Aflições de toda sorte permeiam os corações dos homens, que por consequência exteriorizam estas energias deletérias no leito da sociedade, causando as mais variadas dores coletivas, retirando as forças e as esperanças de todos nós.

Diante deste contexto, poderíamos refletir melhor sobre as propostas contidas nas palavras escritas no Capítulo XXVII – Pedi e Obtereis, do Evangelho Segundo o Espiritismo, especificamente no item 15, que nos diz: 
 
“[...] Está no pensamento o poder da prece, que por nada depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita. [...]”.
E continua, ao dizer-nos: “[...] prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e colimam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. [...]”.

Estas palavras nos convidam a sinceridade de pensamentos, pois, como podemos clamar a misericórdia Divina, muitas vezes aos gritos, se no silêncio de nossos corações e nas práticas individuais do cotidiano, construímos uma imagem contrária ao nosso anseio, mas que possui características idênticas às causas de nossas aflições? Como alimentar os nossos pensamentos com boas energias, se apenas transferimos aos outros a culpa de nossos atos? Neste momento precisamos recordar, com clareza e honestidade, que o nosso pensamento é o construtor de nossa realidade e que impulsionado por nossa vontade, tudo materializa em nossas vidas.

Portanto, se estamos ligados por nossos pensamentos. Se esta força é construtora. Se o seu exercício coletivo a torna mais forte; então, podemos concluir que o mundo em que vivemos é o resultado da atmosfera que construímos como sociedade. Os obstáculos percebidos representam a condensação dos pensamentos comuns que a maioria dos homens cultua em sua intimidade, regados pelo egoísmo e pelo orgulho que ainda nos é motivador.

Emmanuel nos traz pelas mãos de Chico Xavier, no livro Caminho, Verdade e Vida, no Capítulo 156 – intitulado Intuição, a afirmação de que “Todos os homens participam dos poderes da intuição, no divino tabernáculo da consciência, e todos podem desenvolver suas possibilidades nesse sentido, no domínio da elevação espiritual.” O texto nos inspira a busca interior, aquela que deverá apontar as causas primeiras de nossas dores morais, dores estas que irão construir silenciosamente variadas doenças ao corpo físico.

Joanna de Ângelis, colaborando diretamente com a afirmação de Emmanuel, nos dirá no artigo intitulado Doenças Psicossomáticas, que fora publicado com a ajuda do médium Divaldo Franco, que: “O ser humano é um conjunto harmônico de energias, constituído de Espírito e matéria, mente e perispírito, emoção e corpo físico, que interagem em fluxo contínuo uns sobre os outros. Qualquer ocorrência em um deles reflete no seu correspondente, gerando, quando for uma ação perturbadora, distúrbios, que se transformam em doenças, e que, para serem retificadas, exigem renovação e reequilíbrio do fulcro onde se originaram. Desse modo, são muitos os efeitos perniciosos no corpo, causados pelos pensamentos em desalinho, pelas emoções desgovernadas, pela mente pessimista e inquieta na aparelhagem celular”.

Neste mesmo artigo, a veneranda amiga nos chama a atenção para os efeitos físicos causados por fortes emoções, tais como: a cólera, o medo, a agressividade e o ciúme. Estas emoções provocam a imersão da adrenalina que bombardeia todo o nosso corpo, gerando inúmeras reações orgânicas em busca do equilíbrio, das quais, cita a autora espiritual, o aumento da glicose e a contração muscular, que por sua vez acelera os batimentos cardíacos. Lembra-nos, Joanna de Ângelis, que a repetição deste efeito causara no seu portador doenças como: a diabetes, a artrite e a hipertensão.

Fala-nos a espiritualidade que os nossos pensamentos mais frequentes nos ligam por afinidades, por vibrações similares e que estes nos conduzem ao entorpecimento e viciação nas práticas contrárias a nossa edificação espiritual. Para contribuir com esta afirmação, transcreveremos um trecho da comunicação dada pelo espírito Pedro à médium Maria José Gontijo, trabalhadora Instituto Espírita de Ensino e Pesquisa da cidade de Divinópolis/MG, que diz:

Um violão perfeitamente afinado, troca energia com outro que também esteja perfeitamente afinado. Se você tocar o violão aqui, as cordas do outro violão, em ressonância, vibrarão também por meio deste fenômeno, mesmo que ninguém o toque.”
“Quanto às vibrações espirituais, dos pensamentos e sentimentos, acontece também de forma similar. É o fenômeno da sintonia. Sintonizamos com vibrações similares àquelas que emitimos.

Portanto, queridos irmãos, somos todos convidados a burilar os nossos pensamentos, selecionando melhor as nossas vibrações e ajustando a nossa sintonia com aqueles que trabalham incessantemente para o crescimento e evolução espiritual do orbe. Sejamos todos, construtores dos bons hábitos, que nos facilitam os atos e que, ao passo que nos distanciam do passado de equívocos, nos aproximam da vida abundante que o Pai Celestial nos destinou.

Boa caminhada.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Artigo sobre Devotamento e Abnegação

Obra: Mother’s Love - Akiane
Artigo sobre o tema:
DEVOTAMENTO E ABNEGAÇÕES
Por: Equipe do CEFA
Em: 16 de julho de 2018
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O homem, mergulhado na profundeza escura do abismo por ele mesmo construído, encontrará nos exemplos de Jesus o caminho que o erguerá à Luz Divina de sua vida.

As angústias, os medos, as aflições e as dores são sinais do afastamento desatencioso que estabelecemos entre nós e as Leis Divinas. Obcecados pelas realizações imediatas e mundanas, desprezamos os cenários luminosos e edificantes construídos pelos ensinamentos do Mestre, que nos legou o aperfeiçoamento moral como pré-requisito indispensável a nossa elevação espiritual. Portanto, somos convidados ao refazimento de nossas condutas, ao aprimoramento de nossos pensamentos e a sublimação de nossa fé, pois somente assim cumpriremos plenamente o nosso papel espiritual.

O Espírito de Verdade no Evangelho Segundo o Espiritismo nos lembra de que acima de todos nós reina a verdade imutável: o Deus bom, o Deus grande que faz germinar a planta e eleva as ondas. Diante destas significantes afirmações não podemos justificar o desespero, a desilusão e a desesperança; percalços estes que nos retardam a marcha da evolução e nos impedem o auxílio mútuo na jornada; ações necessárias para o consolo dos aflitos e a iluminação das estradas celestes. “[...] Obreiros, traçai vosso sulco; recomeçai no dia seguinte a rude jornada da véspera; o labor de vossas mãos fornece o pão terrestre ao vosso corpo, mas vossas almas não estão esquecidas; e eu, divino jardineiro, as cultivo no silêncio de vossos pensamentos; quando a hora do repouso tiver soado, quando a trama dos vossos dias escapar de vossas mãos, e quando vossos olhos se fecharem à luz, sentireis surgir e germinar em vós minha preciosa semente. [...]” (ESPÍRITO DE VERDADE, Paris, 1861 – ESE Cap. VI, v.6).

Todos nós somos convidados ao trabalho edificante da Obra Divina. Tenhamos bom ânimo na labuta diária para que a esperança alimente o nosso espírito com a energia da fé. Sejamos uma unidade espiritual diante do bálsamo das vitórias, mas também na experiência dolorosa das quedas temporárias. Lembremo-nos do que nos fala o Espírito de Verdade “[...] Deus consola os humildes e dá a força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda parte, ao lado de uma lágrima coloca ele um bálsamo que consola. O devotamento e a abnegação são uma prece contínua, e encerram um ensinamento profundo; a sabedoria humana reside nessas duas palavras. [...]”, e continua, “[...] Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que vos impõem a caridade e a humildade. [...]” (ESE Cap. VI, v.8).

A jornada terrena impõe ao espírito o enfrentamento de suas más tendências e sobrepõe a esta necessária etapa da evolução, os limites herdados na semeadura pretérita, na qual, afastando-se do convívio harmonioso com as Leis Maiores, o homem construiu os obstáculos que agora precisa transpor para o realinhamento da trajetória espiritual. LUCAS, no Capítulo XVII, versículos 1 a 10, transcreve para nosso aprendizado o título – ENSINO E OBEDIÊNCIA – no qual o Mestre nos fala da fatalidade do escândalo, porém, nos alerta sobre a pesada responsabilidade daquele que se fizer autor deste ato. Jesus nos fala da força da fé e nos orienta à prática do perdão incondicional como formas de cultivarmos a gratidão em nossos corações, pois, afirma o Mestre, “[...] dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos ter feito [...]”. Com esta afirmação, o nosso luminoso Irmão nos estimula à ação proativa e empática, que não deve se limitar apenas ao dever, mas, deve buscar a sublimidade da voluntária abnegação, suprimindo de nossos atos, os efeitos tóxicos do egoísmo e do orgulho.

No Capítulo XVII – PROFISSÃO – do Livro Pensamento e Vida, ditado por Emmanuel e psicografado pelo doce amigo Chico Xavier, o benfeitor define: “[...] a abnegação, que é sacrifício pela felicidade alheia, sublima o espírito. [...]” Este ato que, segundo ele, começa quando o dever termina, possibilita a repercussão da Esfera Superior sobre o campo da Humanidade. Considerando relevante orientação, cabem ao homem o exercício irrestrito do devotamento na prática do bem e a busca incondicional do auxílio ao próximo, pois, continua o Mentor Espiritual “[...] pela fidelidade ao desempenho de suas obrigações, o homem melhora a si mesmo, e, pela abnegação, o anjo aproxima-se do homem melhorado, aprimorando a vida e o mundo. [...]”

Também pela psicografia do afetuoso irmão Chico Xavier, no Capítulo III – Da Abnegação – O exemplo da fonte, do Livro Ideias e Ilustrações, o Espírito Meimei, nos traz valiosas lições. Neste capítulo a veneranda amiga narra os ensinamentos de um mentor a seu discípulo sobre a resiliência, o devotamento e abnegação como formas de superar as garras opressoras e incapacitantes do mal. Fazendo analogia ao percurso que as águas do rio fazem da fonte ao mar, o mentor convida o aprendiz a observar o comportamento objetivo e sereno da água, que diante dos obstáculos externos mantém-se resignada e perseverante no caminho que a levará a comunhão libertadora com o mar. As pedras arremessadas contra nós, o lodo arremessado aos nossos olhos, as acusações dirigidas ao nosso caráter e as injustas interpretações de nossos atos não devem configurar impedimentos para seguirmos os passos de Jesus, que doou sua energia mais sublime alimentando-nos o espírito e reconduzindo de volta ao Pai Celestial.

Boa caminhada!