INICIAÇÃO AO ESPIRITISMO
O
conhecimento espírita abre-nos uma visão ampla e racional da vida, explicando-a
de maneira convincente e permitindo-nos iniciar uma transformação íntima,
aproximando-nos de Deus.
O
Espiritismo busca responder as questões fundamentais de nossa vida, como estas:
Quem
é você? Por que você está nesse mundo? Por que umas pessoas sofrem mais que
outras? Por que alguns nascem ricos e outros pobres? Por que Deus permitiria
tamanha desigualdade?
Início
Espiritismo
é uma doutrina (conjunto de princípios) revelada pelos Espíritos Superiores
através de médiuns, e organizada (codificada) por Allan Kardec a partir da
publicação do O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857, data que passou a
ser considerada como a de fundação do Espiritismo.
Objetivo
Na
obra O Espiritismo na sua mais simples expressão Allan Kardec afirma:
O
objetivo essencial do Espiritismo é melhorar os homens, no que concerne ao seu
progresso moral e intelectual
Ciência, Filosofia e
Religião
Dizemos
que o Espiritismo é ciência porque estuda os fenômenos mediúnicos, à luz da
razão e dentro de critérios científicos.
É
uma filosofia porque, a partir dos fenômenos espíritas, dá uma interpretação da
vida, respondendo questões como “de onde você vem”, “o que faz no mundo”, “para
onde você vai após a morte”. Toda doutrina que dá uma interpretação da vida,
uma concepção própria do mundo, é uma filosofia.
Dizemos
também que é Religião porque ele tem por fim a transformação moral do homem,
remontando os ensinamentos de Jesus Cristo, para que seja aplicados na vida
diária de cada pessoa. Revive o Cristianismo na sua verdadeira expressão de
amor e caridade.
Princípios
Existência de Deus: Allan Kardec, em O Livro dos
Espíritos, na primeira pergunta, propõe uma questão aos espíritos
sobre a Divindade, de forma lógica; não usa a forma Quem é Deus?, que daria um
sentido de personificação, ou seja, uma idéia antropomórfica, mas busca a
natureza íntima, a essência das coisas, formulando a proposição desta forma –
Que é Deus? Ao que os espíritos, sabiamente, respondem: “Deus é a
inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.
Imortalidade da Alma: Antes de sermos seres humanos, somos, na
verdade, espíritos. O Espírito é o principio inteligente do Universo, criado
por Deus, simples e ignorante, para evoluir e realizar-se individualmente pelos
seus próprios esforços. Como espíritos, já existíamos antes de nascermos e
continuaremos a existir depois da morte.
Reencarnação: Criado simples e ignorante, o espírito é
quem decide e cria o seu próprio destino. Para isso, ele é dotado de
livre-arbítrio, ou seja, capacidade de escolha.
Desse
modo, ele tem possibilidade de evoluir, aperfeiçoar-se. Essa evolução requer
aprendizado, e o espírito só pode alcançá-la encarnando quantas vezes forem
necessárias para, gradativamente, seguir atingindo condições cada vez ‘mais
felizes’.
O
progresso adquirido pelo espírito, pelas experiências vividas nas inúmeras
existências, não é somente intelectual, mas também o progresso moral, que vai
aproximá-lo cada vez mais de Deus.
Nem
todas as encarnações se verificam na Terra. Existem mundo superiores e
inferiores ao nosso. A Terra é um mundo de categoria moral inferior, haja vista
panorama lamentável que se encontra a humanidade. Contudo está sujeita a se
transformar num mundo de regeneração, quando os homens se decidirem a praticar
o bem e a fraternidade reinar entre eles.
Esquecimento do Passado: Não nos lembramos de vidas passadas e nisso
está a sabedoria de Deus. Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos
que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem
prejudicamos, não teríamos condições de viver entre eles atualmente. Pois
muitas vezes, os inimigos do passado hoje são nossos filhos, nossos irmãos,
nossos pais, amigos, que presentemente se encontram junto a nós para
reconciliação. Por isso existe a reencarnação.
A
Reencarnação, desta forma, é a oportunidade de reparação, como é também, de
devotarmos nossos esforços pelo bem dos outros, apressando nossa evolução
espiritual.
Comunicabilidade dos Espíritos: Os espíritos são seres humanos
desencarnados. Eles são o que eram quando vivos: bons ou maus, sérios ou
brincalhões, trabalhadores os preguiçosos, cultos ou medíocres, sinceros ou
mentirosos. Não os vemos, pois se encontram em uma dimensão diferente de nós.
Agem sobre nós, mas essa ação é geralmente restrita ao pensamento porque eles
não conseguem agir diretamente sobre a matéria.
Pelo
médium, o espírito pode comunicar-se. Essa comunicação depende do tipo
mediunidade ou da faculdade do médium. Mas toda e qualquer comunicação deve ser
encarada com reserva, examinada com devido cuidado para não sermos vitimas de
espíritos enganadores.
A
Doutrina Espírita alerta as pessoas muito crédulas contra a mistificação e
contra os falsos médiuns, que tentam iludir o público menos avisado em troca de
vantagens materiais. Por isso é importante que antes de ouvir uma comunicação,
a pessoa se esclareça a respeito do Espiritismo.
Fé Raciocinada: Para podermos ‘crer’, antes de tudo, precisamos
compreender aquilo que cremos. A crença sem raciocínio não passa de fé cega, de
uma crendice ou mesmo superstição. Antes de aceitarmos algo como verdade,
devemos analisá-lo bem. “Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face a face, em
todas as épocas da Humanidade”.
Lei da Evolução: Cada um de nós é um espírito encarnado a
caminho de Deus. A vida na Terra é sempre uma oportunidade de reajuste no
caminho do bem. A escolha nos pertence. Logo, as conseqüências boas ou más são
resultado de nossas próprias decisões. É a lei da “ação e reação”,
das causas e conseqüências. Se, portanto, fizermos o mal, cedo ou tarde
sofreremos a sua conseqüência. “A cada um segundo as suas obras” – disse Jesus. Isso explica a razão de
tanto sofrimento no mundo. Por isso um caminha mais depressa que o outro. Quanto
melhor nossa conduta, mais depressa nos libertamos dos sofrimentos, encurtando
o caminho da evolução.
Lei Moral: Seguir o exemplo vivo de Jesus deve ser o ideal de todo cristão
sincero. Não adianta dizer que pertence a esta o àquela religião. Não adianta
permanecer orando o tempo todo. O importante é a prática, é a vida de todos os
dias, porque como disse o apóstolo Tiago: “A fé sem obra é morta”
A
obrigação do cristão é ser um trabalhador do bem, dando sua parte, por pequena
que seja, na luta por um mundo melhor. Podemos fazer isso tudo, cuidando melhor
de nossas atitudes, vigiando nosso comportamento diário, sendo mais atenciosos
e gentis, vendo-nos, outros mais suas qualidade, e finalmente, sendo mais
exigentes para conosco mesmos. Seguindo as pegadas de Jesus, pelo amor vivo que
manifestou ao mundo, Allan Kardec proclama: “Fora da caridade não há salvação”